Conforme apresenta Aldo Vendramin, a busca por uma agricultura mais produtiva e, ao mesmo tempo, sustentável tem levado produtores e pesquisadores a investirem em alternativas aos insumos tradicionais. Nesse cenário, os biofertilizantes têm ganhado destaque como uma solução eficaz para nutrir o solo e as plantas sem causar os impactos ambientais dos adubos químicos.
Mas será que é possível substituir totalmente os fertilizantes químicos? Vamos explorar o papel dos biofertilizantes na agricultura moderna.
O que são biofertilizantes e como eles atuam no solo?
Biofertilizantes são insumos naturais compostos por bactérias, fungos e outros microrganismos benéficos que promovem o crescimento das plantas por meio da fixação de nutrientes e melhoria das condições do solo. Eles atuam diretamente na rizosfera — a região do solo em torno das raízes — ajudando na absorção de nitrogênio, fósforo e potássio, além de outros micronutrientes essenciais. Dessa forma, criam um ambiente mais equilibrado e fértil, promovendo o desenvolvimento saudável das lavouras.

Outro ponto forte dos biofertilizantes é a regeneração da vida microbiológica do solo, muitas vezes degradada pelo uso contínuo de produtos químicos. Com o uso contínuo e correto, é possível aumentar a capacidade de retenção de água, melhorar a estrutura do solo e reduzir a dependência de fertilizantes sintéticos. Como destaca o empresário Aldo Vendramin, isso significa ganhos não apenas em produtividade, mas também na sustentabilidade da lavoura.
É possível eliminar totalmente os fertilizantes químicos com o uso de biofertilizantes?
Embora os biofertilizantes sejam altamente eficazes, a substituição total dos fertilizantes químicos ainda depende de diversos fatores. Entre eles, destaca-se o tipo de cultura, as características do solo e o nível de tecnologia utilizado na propriedade. Em muitos casos, o caminho mais viável é a adoção de um sistema híbrido, que combine os dois tipos de insumos em uma transição gradual. Isso permite manter a produtividade enquanto se promove a adaptação do solo a um novo manejo.
No entanto, como indica Aldo Vendramin, avanços nas pesquisas e no desenvolvimento de biofertilizantes têm possibilitado, em algumas propriedades, a eliminação quase completa dos químicos. Culturas como soja, milho e hortaliças já demonstram boa resposta ao uso exclusivo de bio insumos em áreas com manejo biológico adequado. A tendência é que, com políticas de incentivo e maior acesso à informação, o uso de adubos químicos seja cada vez inferior.
Quais os benefícios econômicos e ambientais do uso de biofertilizantes?
Do ponto de vista econômico, os biofertilizantes oferecem uma grande vantagem ao reduzir a necessidade de insumos sintéticos, que costumam ter preços mais elevados e sofrer variações constantes de mercado. Além disso, o uso contínuo desses produtos contribui para a melhoria do solo a longo prazo, diminuindo a necessidade de correções frequentes. Outro ponto positivo é a possibilidade de produção própria em algumas propriedades, o que reduz ainda mais os custos de aquisição e transporte.
De acordo com Aldo Vendramin, em termos ambientais, os biofertilizantes representam uma importante ferramenta para a preservação de recursos naturais. Ao evitar a contaminação de lençóis freáticos e a degradação da microbiota do solo, eles promovem um sistema agrícola mais harmônico com o meio ambiente. Também contribuem para a redução das emissões de gases do efeito estufa, já que muitos fertilizantes químicos liberam óxidos de nitrogênio na atmosfera.
Por fim, a agricultura do futuro exige inovação, consciência ambiental e responsabilidade com os recursos naturais — e os biofertilizantes reúnem essas qualidades. Embora a eliminação completa dos adubos químicos ainda dependa de muitos fatores, o avanço dos bio-insumos mostra que uma produção sustentável é possível e, mais do que isso, viável economicamente. Para o senhor Aldo Vendramin, investir nesse tipo de tecnologia é apostar em solos mais saudáveis, lavouras mais resistentes e alimentos de melhor qualidade.
Autor: Igor Kuznetsov