A União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS) lançou uma cartilha que destaca a importância de um tratamento eficiente para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo é reunir as melhores práticas para a gestão de beneficiários com TEA, que necessitam de terapias e acompanhamento contínuo, oferecendo a melhor estratégia de cuidado.
Importância do Diagnóstico e Tratamento
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo afeta uma em cada 100 crianças no mundo. Além de um diagnóstico preciso, é fundamental que o tratamento seja efetivo para impactar positivamente a sustentabilidade do sistema de saúde. Nos últimos anos, o número de crianças diagnosticadas com TEA aumentou significativamente, tornando essencial uma abordagem especializada e integrada.
Desafios para Planos de Saúde
O tratamento multidisciplinar e de longa duração do TEA impacta diretamente a sustentabilidade dos planos de saúde, especialmente das autogestões, que são sem fins lucrativos e, em sua maioria, de pequeno porte. Lizandra Lima, coordenadora de Comissões, Produtos e Serviços da UNIDAS, explica que é necessário seguir uma linha de cuidado ideal e assertiva, com um modelo de remuneração que atenda às necessidades específicas do atendimento de pessoas com TEA.
Modelos de Remuneração
Os modelos de remuneração mais comuns incluem o Fee for Service, onde um valor é atribuído a cada sessão ou hora de trabalho, e pacotes baseados em médias remuneratórias pagas aos prestadores. Há também uma crescente preferência por estabelecer um valor fixo por atendimento ou pacote, combinado com uma remuneração variável baseada em resultados pré-estabelecidos. Essa abordagem incentiva a eficiência e a qualidade na prestação dos serviços.
Clínicas Compartilhadas
No modelo de clínicas compartilhadas de TEA, a gestão é compartilhada entre as operadoras participantes e os prestadores de serviços, seja por meio de unidades próprias ou parcerias com instituições especializadas. Isso permite uma abordagem coordenada e centrada no paciente, garantindo uma assistência personalizada e efetiva.
Otimização de Recursos
As clínicas compartilhadas de TEA otimizam o uso dos recursos disponíveis, oferecendo uma estrutura física adequada e equipamentos especializados para atender às necessidades dos pacientes autistas. O modelo de remuneração visa garantir a sustentabilidade financeira e promover a uniformidade de acesso aos serviços para todas as filiadas, independentemente de seu porte.
Integração entre Operadoras
A UNIDAS é pioneira em promover a integração entre diferentes operadoras de saúde filiadas por meio do modelo de clínicas compartilhadas. Em Minas Gerais, há projetos de clínicas de atenção primária à saúde e de infusão de medicamentos que nasceram por meio do intercâmbio promovido pela entidade. Anderson Mendes, presidente da UNIDAS, destaca a eficiência desse modelo em diversas frentes.
Monitoramento e Indicadores
Os indicadores estratégicos da rede prestadora são fundamentais para embasar decisões e ações corretivas. O monitoramento de horas dedicadas aos portadores de TEA, o índice de satisfação familiar e o percentual de adesão a intervenções são alguns dos itens cruciais. Lizandra Lima conclui que é essencial gerenciar esses indicadores para promover uma gestão eficaz e contribuir para a melhoria contínua dos serviços prestados.