Conhecer a fauna brasileira é um passo importante para despertar, nas crianças, o sentimento de pertencimento à natureza e o desejo de protegê-la. O Brasil abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, e apresentar esse universo de forma lúdica, criativa e afetiva pode transformar a forma como as crianças se relacionam com o meio ambiente. Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, autora do livro Bichos Vermelhos e entendedora do assunto, acredita que atividades educativas que envolvam a fauna nacional são fundamentais para a formação de uma consciência ecológica desde a infância.
Ao unir educação ambiental, curiosidade e emoção, essas atividades aproximam os pequenos do mundo natural, despertando empatia pelos animais e estimulando atitudes de cuidado e respeito.
Por que trabalhar a fauna brasileira na infância?
A infância é o momento ideal para apresentar a riqueza dos biomas brasileiros, suas espécies emblemáticas e os desafios que muitas delas enfrentam. Animais como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira, a ararinha-azul e o mico-leão-dourado despertam fascínio e encantamento nas crianças — e esse fascínio pode se tornar, com a mediação adequada, uma base para o engajamento ambiental.

Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, quando a criança conhece os animais da sua própria terra, ela começa a perceber que a preservação da natureza é uma responsabilidade próxima, real e possível. O amor à fauna nasce da convivência, mesmo que simbólica, e da valorização daquilo que é nosso.
Atividades práticas para explorar a fauna brasileira em sala de aula
A seguir, algumas sugestões de atividades educativas que podem ser desenvolvidas com crianças em diferentes faixas etárias:
1. Leitura e roda de conversa com livros temáticos
Utilizar livros como Bichos Vermelhos para iniciar o contato com os animais ameaçados de extinção. Após a leitura, promover uma roda de conversa para compartilhar sentimentos, dúvidas e ideias sobre como ajudar esses bichos.
2. Cartas de animais
Cada aluno escolhe um animal da fauna brasileira e escreve (ou desenha) uma “carta” como se fosse esse bicho, contando sua história, seu habitat e os perigos que enfrenta. Essa atividade trabalha empatia, expressão escrita e conhecimento ambiental.
3. Mapa dos biomas
Criar um grande mapa dos biomas brasileiros e preencher com imagens ou desenhos dos animais que vivem em cada um. Isso ajuda as crianças a entenderem a diversidade dos ecossistemas e as relações entre fauna, clima e vegetação.
4. Memória ecológica
Produzir um jogo da memória com pares de animais e suas características (ou sons, ou biomas), estimulando o reconhecimento e a associação de informações importantes sobre as espécies.
5. “Adote” um animal ameaçado
Transformar a sala em um centro de apoio simbólico a animais em risco. Cada turma “adota” uma espécie, estuda sua situação, prepara cartazes, histórias e ações de sensibilização para a escola e a comunidade.
De acordo com Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, atividades como essas fortalecem o vínculo afetivo entre a criança e os animais, criando uma base sólida para atitudes sustentáveis ao longo da vida.
Arte, brincadeira e empatia: educar com criatividade
Trabalhar a fauna brasileira com crianças não significa apenas passar informações sobre espécies — é, antes de tudo, criar experiências que toquem e inspirem. Dramatizações, músicas, pinturas, fantoches e jogos educativos são ferramentas eficazes para isso.
Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, a combinação entre afeto e conhecimento é o que garante o verdadeiro aprendizado. Quando a criança se diverte enquanto aprende, o conteúdo se transforma em memória afetiva — e a natureza passa a ter um lugar especial em seu coração.
Conclusão: conhecer para preservar
Apresentar a fauna brasileira às crianças é uma forma de aproximá-las da realidade ambiental do país e de formar cidadãos conscientes e atuantes. Com criatividade, sensibilidade e intencionalidade pedagógica, é possível promover um aprendizado profundo, que vai além da sala de aula.
Como defende Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, educar é também cultivar pertencimento. E quando a criança se sente parte da natureza, ela compreende que proteger os animais não é uma obrigação — é um gesto de amor pelo lugar onde vive.
Autor: Igor Kuznetsov